domingo, 29 de março de 2009

What's my line? Julie Andrews & Debbie Reynolds... Um pouquinho de Show-Business...

Uma delícia... Descobri no Youtube um programa dos anos 50/ início dos anos 60, patrocinado pela Kellogs... e existem vários episódios com muitos artistas que amamos no passado e neste caso, até hoje, como a maravilhosa Julie Andrews que na época era conhecida "só" por seu trabalho no teatro... os ensaios para "Camelot" estavam para comecar... Procurem outros episódios!

Um com Debbie Reynolds (1954) é engracadíssimo! Ah... vou colocá-lo logo aqui... hilariante! Divirtam-se!

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De "Sombrinhas" a "Foggy Day"... por Eliana Caminada

Aqui um comentário de minha querida, eloqüente amiga, Eliana Caminada, que em si já é uma postagem. Maravilhosa, por sinal!
Ricardo
P.S. Eliana. olhe só acima: trema!!!! Dedicada a voce!

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Ricardo, não postei no Tertúlias porque, quando vi, tinha escrito um artigo inteiro, enorme.
Manda o reclamante reclamar na tonga da mironga do kaubuletê. Diziam Toquinho e Vinicius que isso é um palavrão em nagô.

Ricardo querido, sabe de uma coisa? Precisei reler sua postagem de sexta feira para entendê-la.
De que se reclama? Quem reclama?

Fiquei passada sim. Lembrando-me do guarda-chuva do Allan de La Fille Mal Gardée (inevitável lembrar daquele chapliniano personagem tão bem desenvolvido por Ashton a partir do original de Dauberval) tive vontade de bater sim, no descontente, com uma sombrinha.
Lembra-se de quando ou quem chamava guarda-chuva de sombrinha? A propósito, antigamente guarda-chuva tinha hífen, e agora? Eu já sou uma órfã do hífen.

Por temperamento, e certa falta de talento, fui procurar uma definição para Tertúlia e não encontrei nada que me satisfizesse. Mas, lendo um senhor chamado Carlos Brito
aprendi que a palavra é de origem castelhana, provavelmente atribuída no séc. XVII à parte do teatro onde se situavam os espectadores mais cultos, que citavam Tertuliano nos seus discursos, sendo por isso chamados de tertulianos.

Entretanto, o significado mudou tanto que preferi continuar com minha idéia de que tertuliar era participar com amigos, do prazer de trocar idéias sobre vários assuntos, sem ordem definida, remetendo também a qualquer coisa do tipo sarau. Sarau no sentido de uma casa particular onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem. No seu caso, quase sempre será uma manifestação artística, claro.

Mas como particular se estamos na Internet? Bem, por causa da peculiaridade do Tertúlias, da sua frequência (quero meu trema de volta), da cor de sua página, dos assuntos abordados.

E voltamos ao reclamante.

Ricardo, eu, ao contrário dele, amo entender o meu presente através dos retalhos de passado com que você nos brinda várias vezes por semana. Já me remeti a meu avô, um radical ouvinte de música erudita que só ouvia Wagner e árias de ópera, que não gostava da voz de Caruso e amava Gigli. Ele tinha aqueles álbuns enormes de discos de 78 rotações (como se abrevia rotações?). Era uma trabalheira, mas ele tinha prazer nessa operação demoradíssima.

Retornei, o farei sempre, para meu pai e minha mãe. E Dadá. Com eles eu viajo sem limites e compreendo o ofício que escolhi, o homem com quem casei, o filho que criei. Lembrando deles através de você vivo três dimensões que, para mim, não existem sozinhas: passado, presente e futuro. Com eles os nomes seriam infinitos, começando pelos cantores. Eu teria que falar em Del Monaco, em Claudia Musio, em Tito Gobbi, Tebaldi, Capuccilli, Magda Olivero, etc. E ia ter que lembrar desde Sílvio Caldas a Maria Bethânia, que papai ainda conheceu cantando Carcará. Vou parar, senão escrevo um livro por conta do reclamente.

E estarei aqui aguardando velharias e bugigangas que me fazem voltar a hoje e gostar de uma música dos Titãs. É isso mesmo, dos Titãs. É verdade que é só uma, mas gosto, ponto.

Por conta de papai não resisto e lhe mando o link do final de It’s a wonderful life: http://www.youtube.com/watch?v=ErrzjGCi3gY&feature=related

Sabe, amigo, o anjo Clarence se tornou um personagem de casa. Toda vez que estávamos/estamos aflitos chamávamos/chamamos Clarence, o anjo que precisava salvar uma vida para ganhar um par de asas.

A refilmagem não interessa. Não é dirigida por Frank Capra, não é com James Stewart nem Donna Reed, tampouco com Lionel Barrymore.

Ah, se encontrar, coloca também A foggy day, de George e Ira Gershwin, se possível com Lena Horne (segue a letra, existe mais charmosa?). Papai e mamãe amavam. Nos seus últimos dias mamãe lembrou-se dessa canção e a cantarolava. Isso quando não cantava Gonzaguinha: “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz...”

Mais uma coisa do nosso nó de amigos, artistas, assuntos. Acabei de achar Judy Garland cantando A foggy day. Será coincidência que a postagem de ontem é com Judy em Mágico de Oz? O link dela cantando?
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Viu como tudo se entrelaça entre nós, tertulianos? Reclamante bobo, sem assunto.
Bjsss.

A Foggy Day

I was a stranger in the city
Out of town were the people I knew
I had that feeling of self-pity
What to do, what to do, what to do
The outlook was decidedly blue

But as I walked through the foggy streets alone
It turned out to be the luckiest day Ive known

A foggy day, in London town
Had me low, had me down
I viewed the morning, with much alarm
British museum, had lost its charm

How long I wondered,
Could this thing last
But the age of miracles, hadn’t past
For suddenly, I saw you there
And through foggy london town,
The sun was shining everywhere

sábado, 28 de março de 2009

Back to my own Yellow Brick Road


Ah, os caminhos.... os caminhos pelos quais a vida nos leva... e os caminhos que criamos para nós mesmos… nossas «estradas»!



Penso muito em Dorothy (Judy Garland) no filme “O Mágico de OZ” (“The Wizard of OZ”, MGM 1939) que, depois de ter sido levada por um tornado de Kansas a OZ, colocou-se a caminho para encontrar o Mágico, que morava na cidade de Esmeraldas, pela estrada dos tijolos amarelos (the yellow brick road) que estava, como Dorothy previu, « Over the Rainbow »! Caminhando e cantando – nenhuma relação com a música de Geraldo Vandré - ♪ ♫ We’re off to see the Wizard… ♫ ♪ - por esta peculiar estrada ela encontrou o Espantalho, o Homem de Lata e até o Leão covarde e todos três tornaram-se seus amigos queridos para sempre. Eles não só ajudaram-a como até salvaram sua vida durante o decorrer da estória… Durante todo o caminho ela foi perseguida pela Bruxa má do Leste (“The wicked witch of the East”), que era a irmã da Bruxa má do Oeste, sobre a qual a casa de Dorothy de Kansas caiu… Mas qual era o porquê desta Bruxa perseguir Dorothy? O fato de “vingar” a morte de sua irmã? Não, não, não, nada disto… A verdadeira razão eram os sapatinhos de rubi (Vide minha postagem « Os sapatinhos de rubi » de 17.01.2009). Estes poderiam dar-lhe maiores poderes para ela ainda poder fazer piores maldades… Mas ela não conseguiu vencer. Nao só Dorothy foi salva por seus amiguinhos ( e por “Toto”, seu cãozinho!) como também foi aniquilada por uma coisa simplérrima: Dorothy, para apagar um fogo da palha do braço do Espantalho, pegou um balde d’água. Ao apagar o fogo a Bruxa foi molhada… e um simples elemento fez a Maléfica se derreter… Que coisa simples…

É tão simples é acabar com o mal!



Quando criei este espaço aqui, estas “Tertúlias”, comecei a andar por uma estrada nova, por terrenos desconhecidos, por um país estranho. Um objetivo existia: criar um espaço para divertir-nos – uma Cidade de Esmeraldas! Fui conhecendo pessoas novas que tornaram-se importantes e muitos queridos do meu passado reapareceram (como os amigos de Dorothy, que sao imagens de seus amigos da fazenda em Kansas). Juntos continuamos pela nossa estrada para chegar à nossa cidade de Esmeraldas. Durante a jornada, que estava indo muito bem, apareceu sem o menor aviso uma bruxa “à la Carabosse” que, sendo uma reaparição quase esquecida do meu passado, invadiu minha vida querendo tudo e também os nossos sapatinhos de rubi: O nosso “Joie de Vivre”. Ela nao queria compartilhar suas idéias sobre a arte porém acabar com nosso divertimento. Sim, isto é o que ela sempre quiz e quer aniquilar. O paralelo mais forte entre as duas bruxas: a do Leste nao queria vingar a morte da irma porém ter mais poder... Esta Carabosse também! Como a Bruxa má do Leste ela lançou sua bola de fogo em cima de nós (como aquela que quase acabou com o Espantalho) mas ela perdeu a batalha:
como a água que Dorothy jogou para apagar o fogo, ela foi vencida por uma força muito simples – um elemento natural: indiferença!

Meu objetivo voltou a existir. Com toda sua força. Com toda sua intensidade. E aqui estamos, de novo no caminho da Cidade de Esmeraldas!


Voltei à minha “yellow brick road” e, com meus Espantalhos, Homens de Lata e Leões Covardes, quero ir visitar o Mágico… Sim, na Cidade de Esmeraldas…

… e isto é tao fácil, já que aqui nas “Tertúlias” estamos todos “Over the Rainbow” : ou seja, num lugar onde nao existem problemas!



(Esta postagem è dedicada à minha querida amiga Cristina, “La Martinelli”, por causa de três simples palavras que me disse e que foram a inspiracao destes escritos: RETOME SEU CAMINHO. Retomei).

sexta-feira, 27 de março de 2009

Velharias, bugigangas e modêlos ultrapassados: uma tertúlia sobre “Tertúlias”


Há muitos anos atrás uma amiga da nossa família, uma senhora alemã, foi assaltada na Av. Paulista em São Paulo bem perto do Museu de Arte Moderna. O assaltante a um certo ponto dirigiu-se à ela com as seguintes palavras “Me passa aí estas bugigangas !”. Ele estava referindo-se a uma corrente de ouro que tinha pertencido à sua avó. Esta senhora, com aquela “finesse” e delicadeza tao típica dos alemães, começou a bater no assaltante com seu guarda-chuva... Nem tanto pelo fato de estar sendo roubada mas sim pelo motivo de estar furiosa com ele por ter chamado o colar de sua avó de bugiganga... um insulto à uma jóia de família. Ele ainda conseguiu tirar o colar de seu pescoço, mas um pedaço dele ficou prêso da parte posterior do seu pescoço – e este foi transformado numa pulseira.

Um coisa similar aconteceu com as “Tertúlias” na semana passada. Um certo comentário meio depreciativo do tipo “só filmes velhos”. Eu não fiquei tão “passado” quanto esta senhora acima mencionada – e nem vou bater em ninguém com meu guarda-chuva - mas esta opinião deu-me o que pensar, refletir... tentei reavaliar o que tenho feito, escrito aqui... São as “Tertúlias” realmente uma coleção de “velharias e bugigangas”?

Sabem qual foi minha conclusao?

Não consegui dividir esta opinião tão radical.

Filmes “velhos”? Sim... clássicos! ...e ainda um pouquinho de música, artes gráficas, ballet, teatro, TV, literatura... Uma pitada de cada coisa... Não esquecendo do mais importante: a forma quinestética que estes temas tomam, transformando-se as vezes incrívelmente, pelo fato de serem divididos emocionalmente entre todos! Um tal de “dar e receber” aqui (Quanta “troca” existe aqui na realidade!).

Como um amigo meu disse um dia desses: pessoas que só sabem ver as coisas com um “rótulo” (“os filmes velhos”, “me passa aí estas bugigangas” por exemplo), que não enxergam por detrás de “fachadas” por mais que se esforcem, que parecem nao enxergar tres palmos adiante do próprio nariz, que não compreendem e que só se interessam por UM tema (sim... pessoas que só opinam ou deixam comentários em uma espécie de tema), são na realidade “modêlos ultrapassados que estão fora de moda” (Não é ótima esta expressão?).
Por outro lado existem tantas pessoas maravilhosas aqui como Cristina, Eliana, Maurette, Márcia (para citar realmente só algumas) que comentam de “Peach Melba” à “Emma Livry” (passando por Nádia Maria, Dick Farney, Fonteyn, Copacabana e sei lá por que mais!).

Existe um estação de rádio aqui que ouço todos os dias indo para o trabalho: Ö1. Este programa que amo chama-se “Pasticcio”, sim, como a comida mas Pasticcio na música é também a descrição de uma Ópera que, ou foi criada por vários compositores ou é composta por vários trabalhos separados, autonomos de um compositor. Eu “vibro” como este programa aborda os mais diferentes temas – às vezes ao mesmo tempo. Isto sim para mim é uma visão universal de encarar a arte. Sem preconceitos. Sem “rótulos”. “Pasticcio” é de certa forma muito responsável pela forma que as “Tertúlias” tomaram. Ontem mesmo ouvi uma gravação que me impressionou: “Bolero” de Ravel por cima de “Moon River” de Henry Mancini. Antes de ontem trabalhos para piano de Clara Schumann e logo em seguida Gene Kelly (cantando “Singin’ in the rain” pois os trabalhos de Clara eram também dedicados à chuva). Um trabalho moderníssimo de Kurt Weil que levou à uma valsa de “Rondine” de Puccini e que foi, fechando o círculo, comparada à “Valse” de Ravel... Uma coisa levando, abordando a outra, um tema se entrelaçando ao outro, como uma corrente. De uma forma muito aberta, sem preconceitos, sem clichées, quase organica... sem obrigar o ouvinte a pensar só “clássicamente”, muito pelo contrário... Que maravilhosa forma de se admirar e entender ARTE!

Por estes motivos: Quem nao quer “tertuliar” (e só ve aqui "O Ricardo com seus filmes velhos!) e só acha que a opinião dos seus livros fechados empoeirados na estante da sala está “certa” (O que é "certo"?) e que arte só deve ser feita de uma certa maneira pois “sempre se fez assim”, com todo respeito, não perdeu nada por aqui... Eu estaria me contradizendo, contradizendo toda a ideologia das “Tertúlias” se quizesse este radicalismo por aqui.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Lili (MGM 1953)


Quando eu era menininho existiam ainda nos (muitos) cinemas de Copacabana as chamadas “Sessões infantis”.
O Metro Copacabana fazia muitas (além dos seus “festivais”: Greta Garbo, Operetas de Jeanette MacDonald e Nelson Eddy etc.). Esse cinema era uma maravilha e amávamos não só os filmes maravilhosos (Assisti “O mágico de Oz” pela primeira na minha vida, lá!) como também toda a atmosfera daquele “templo”: O tapete alto e fofo, o Foyer com retratos de artistas da Metro e lindos espelhos, as paredes revestidas de mogno e – indescritível – o melhor ar-condicionado que conheci (até hoje...) em toda minha vida! Era tudo tão “Radio City Music Hall” e ainda por cima “bem na esquina de nossa casa”. Quem não conheceu esses cinemas não conheceu o Rio, a cidade maravilhosa que foi, numa época que parece estar distante “anos luz” de 2009...

“Lili” (MGM 1953) foi um desses filmes que deixou em todos nós profundas lembranças e esperanças... da mesma forma como também para gerações anteriores e posteriores à minha. Claro que depois eu comecei a admirá-lo pela produção, danças, atores (Mel Ferrer também incrível neste filme, seu último papel principal em Hollywood... Inexplicável, principalmente porque este filme foi um grande sucesso de crítica e bilheteria!), roteiro... e até por seu valor literário (o livro original é do maravilhoso, inteligentíssimo Paul Gallico, um homem cheio de fantasia – vide minha postagem de 10 de junho de 2008 sobre ele, onde Lili também é mencionada) mas o rostinho, a sinceridade, a fantasia da orfã Lili jamais desaparecerá de dentro de mim. Graças a Deus!

Eu me lembro muito bem do texto da musiquinha de Lili em português. Este disquinho (compacto, transparente e azul!!!! ) era constantemente tocado na minha vitrolinha portátil de plástico cinza que eu levava para cima e para baixo (funcionava com pilhas!) em todos os passeios e de férias para Penedo:


“ Um passarinho me ensinou
uma canção feliz.
E quando solitária estou,
Mais triste do que triste sou,
Recordo o que ele me ensinou...
Uma canção feliz...

Eu vivo a vida cantando,
Hi Lili, Hi Lili, Hi lo…
Por isto sempre contente estou,
O que passou, passou…
O mundo gira de pressa
E nestas voltas eu vou.
Cantando a canção tão feliz que diz,
Hi Lili, Hi Lili, Hi Lo...
Cantando a canção tão feliz que diz,
Hi Lili, Hi Lili, Hi Lo... ”


Para quem quizer lembrar-se de Leslie Caron e de sua maravilhosa Lili (Caron foi indicada para o Oscar em 1953 por este filme, como seria anos depois no seríssimo “The L-shaped Room”), aqui o texto original e uma ceninha que vive de certa forma nos corações daqueles que ainda são jovens...

“On every tree there sits a bird
Singing a song of love
On every tree there sits a bird
And every one I ever heard
Could break my heart
Without a word
Singing a song of love

A song of love is a sad song
Hi-li Hi-lili Hi-lo
A song of love is a song of woe
Don't ask me how I know
A song of love is a sad song
For I have loved and it's so

Hi-lili Hi-lili Hi-lo Hi-lo
Hi-lili Hi-lili Hi-lo
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A song of love is a sad song
Hi-lili Hi-lili Hi-lo
A song of love is a song of woe
Don't ask me how I know
A song of love is a sad song
For I have loved and it's so

Hi-lili Hi-lili Hi-lo Hi-lo
Hi-lili Hi-lili Hi-lo"

Uma pena este filme nao existir em DVD... Gostaria tanto que voces revissem todas as quatro marionetes... as quatro personalidades de Mel... (existem outras versoes mais longas no Youtube...). Mas o que eu queria fazer aqui foi feito. Trazer do passado a carinha, a inocencia, os olhinhos cheios de luz e a sinceridade da linda Leslie/Lili...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Remembering Dick Farney: Copacabana, princesinha do mar


Existem praias tão lindas, cheias de luz,
Nenhuma tem o encanto que tu possues,
Tuas areias, teu céu tão lindo,
Tuas sereias, sempre sorrindo,


Copacabana princesinha do mar,
Pelas manhãs tu és a vida a cantar,
E a tardinha o sol poente,
Deixa sempre uma saudade,
Na gente


Copacabana o mar eterno cantor,
Ao te beijar, ficou perdido de amor,
E hoje vive a murmurar, só a tú,
Copacabana eu hei de amar



Ah, as lembrancas de uma Copacabana que já nao mais existe...

domingo, 15 de março de 2009

Remembering: Emma Livry

Emma Livry (1842-1863) é realmente só uma vaga lembrança para o mundo do Ballet… Uma “nova estrêla” da Opera de Paris nos anos sessenta, ela rápidamente avançou não só na categoria de “Étoile” mas também como a "querida" de Paris… Jovem e talentosa ela estava reconquistando o título de prima-ballerina das estrêlas italianas que por tanto tempo reinaram nos tronos dos palcos francêses… Um dos seus maiores sucessos era “La Sylphide”. Uma noite Marie Taglioni estava no teatro assistindo uma apresentação de Livry… Ela, a criadora do personagem da Sylphide, ficou tão encantada com a “performance” de Livry, com este jovem talento que a partir deste momento não só transformou-a em sua “protegée” como também coreografou um ballet – sua única coreografia – para sua pupila: "Papillon". Emma brilhou intensamente como a borboleta criada por Taglioni.
Na época da iluminação à gas nos teatros, por razões de “segurança” as roupas usadas no palco tinham que ser banhadas num certo líquido que as deixariam mais resistentes contra o fogo, que de certa forma o retardariam… Infelizmente a Tulle do romântico Tutú ficava um pouco dura e até meio amarelada com o uso deste líquido, tirando assim todo o efeito etéreo que era necessário para o Ballet romântico. Emma Livry optou por não usá-lo e assinou no seu contrato que estava disposta “ a se arriscar”. Durante um espetáculo seu Tutú passou pela iluminacao e, apesar da tentativa de dois bailarinos em ajudá-la, ela realmente “pegou fogo” no palco, em frente a um horrorizado público. Uma tragédia. Emma sobreviveu este acidente mas oito mêses depois do ocurrido ela morreu num hospital, depois de muito sofrimento, das complicações causadas por suas queimaduras, pelo seu desejo de ser sincera com sua arte. Ela tinha 21 anos de idade.


Emma Livry foi a última “Ballerina romântica” já que o Ballet romântico estava perdendo seu público em Paris. Bournoville, na Dinamarca, conseguiu manter « La Sylphide » intacta, em repertório e esta é nossa sorte: Este lindo Ballet ainda vive hoje… Emma, pobrezinha, foi esquecida. Eu a visitei há muitos anos atrás no cemitério de Montmartre.

sábado, 14 de março de 2009

Remembering: Leon Bakst

Leon Bakst (ou melhor, Lev Samoilovich Rosenberg) nasceu numa família judia de classe média em Grodno (Belarus) em 1866. Ele começou sua carreira como ilustrador de revistas mas mudou sua "carreira", seu "rumo", depois de encontrar Aleksandr Benois, que o incentivou.
Sempre admirei o "traço" preciso de Bakst...

Ele viajou toda a Europa e entrou em contato com vários artistas da época.
Depois de sua volta a Sao Petersburgo ele comecou a ganhar uma certa notoriedade e prestígio com suas ilustraçoes e "Portraits".

Em 1898, junto com Benois e Serge Diaghiliev, ele fundou o grupo "O Mundo da Arte", que viria a influenciar toda uma geraçao e, de certa forma o mundo.
Em 1906 ele tornou-se professor de desenho na escola privada de arte de Yelizaveta Zvantseva, onde ele teve como aluno, entre outros, um jovem que chamava-se Marc Chagall.

Mas seu trabalho mais "eterno", e pelo qual é mais lembrado (e celebrado) até hoje, começou com sua colaboração com Diaghilev, criando os figurinos dos "Ballets Russes", muitíssimas vezes para Vaslav Nijinyky, como


no ousadíssimo "Prelude a l'aprés-midi d'un Faun",

O "Pássaro de Fogo",


"Cleopatre",





"A Bacante",




"Narciso",

e "Le Peri" (Que sketch mais admirável!).

Bakst foi mandado para fora da Rússia por causa de suas raízes judias e exilou-se em Paris em 1912, onde morreu em 1924.

sábado, 7 de março de 2009

Christopher Gable - complementando a postagem abaixo...

Nao exatamente o Christopher de suas épocas no Royal Ballet mas um maravilhoso Trailer de "The Boy Friend" (1971). Um "clássico" de Ken Russel com ele (ele é o "Namoradinho" - e o coreógrafo do filme - com Twiggy... ). Uma coisa rara de se encontrar.... Delírio cinematográfico puro com imagens aluscinantes...

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sexta-feira, 6 de março de 2009

Romeo & Juliet, Lynn Seymour, Christopher Gable, Dame Fonteyn e a Generosidade dela...

Tendo passado alguns dias em casa por causa de uma gripe muito forte, li muitas coisas a partir do momento em que comecei a melhorar. Entre elas folheei um pouco da última biografia de Nureyev que foi publicada. Este trabalho, admirável pela sua incrível pesquisa que ocupa 700 páginas, foi escrito por Julie Kavanagh em 2007. Este livro abriu-me muitas portas sobre uma situação, sobre um “Puzzle” do qual eu não tinha todas as pedrinhas… Agora, com estas poucas páginas que li, tenho-as. Recebi este trabalho de presente ano passado. Infelizmente, nunca me interessei muito por Nureyev e não venero sua memória comos muito fazem, príncipalmente depois de ter lido (em outra biografia, a única que li) que ele, mesmo sabendo de sua doença (AIDS) não mudou em nada sua conduta sexual (sendo causador de uma grande parte da forma em que esta doença se alastrou nos anos 80). Não posso idolatrar um pessoa assim que, ao que me parece, tinha muito ainda o que aprender sobre o respeito humano, sobre a moral. Onde está a moral de alguém que propositalmente coloca a vida de outros em jogo ? Bem, este não é o assunto desta postagem (Já escrevi sobre este assunto, acho que ou em “Valentino” – postagem de 22 de abril de 2008 – ou em « Mikhail Baryshnikov: transparência e simplicidade » de 16 de abril de 2008, leiam… ).


Kavanagh conta uma estória deveras interessante para nós que vivemos no mundo do Ballet.
“Romeu e Julieta” estava planejado na agenda do Covent Garden há anos para Rudolf. De fato Leonid Lavrovsky concordou em 1963 a enscenar seu Ballet mas saiu do seu acordo um ano depois. No meio tempo Kenneth MacMillan, coreógrafo “da casa”, estava mais do que preparado para este desafio. Ele não só escolheu Nicos Georgiadis como designer de produção como baseou-se também abertamente numa encenação nada lacrimejante e muito anti-romantica de Zefirelli de 1960 com Judi Dench – sim Judi Dench, a incrível Judi Dench em 1960!!!!!!! – como uma assombrosa, nada romântica Julieta e sim uma mulher que não esperava pelo que a vida iria dar-lhe de destino. Ela fez seu destino. Ela tinha a responsabilidade por ele. Uma outra visão deste personagem. E muito interessante...
MacMillan estava mais do que certo que a JUVENTUDE tinha que ser a figura principal de sua obra. Ele usou Lynn Seymour como Julieta e para seu Romeu, ninguém menos do que Christopher Gable (vide « The Boy Friend » de 20 de março de 2008), um menino « Cockney » que representaria Romeu da mesma forma que Leonard Whitting o faria no filme de Zefirelli de 1968 – sim um menino inglês com quem a juventude de King’s Road poderia identificar-se… (Ele teria achado Rudolf mais apropriado para o papel de Mercutio, uma parte satírica, istrionica - bem mais perto da personalidade de ballet de Nureyev - nao um príncipe nobre... ). Nada disto foi um surprêsa já que Kenneth tinha coreografado a cena do balcão com Lynn e Christopher para a televisão canadense. Porque Lynn e Christopher eram bailarinos de quem muito gostava e em quem muito confiava, ele os convidou a contribuir com suas próprias idéias… Os três transformaram-se num trio inseparável, criando o que eles chamavam de “o nosso Ballet”. Lynn, apesar de muito gostar de Nureyev, sentia-se mais à vontade com Christopher, um bailarino que ela considerava « sem mêdo ». Numa crítica mais tardia de “Vogue” constou: Nenhum dos dois representa clichées, eles simplesmente quebram nossos corações…


Romeu e Julieta de MacMillan quebrou corações – os dos seus criadores!
Pouco tempo antes da premiére foi anunciado pela direção do Covent Garden que para a estréia seria necessário um elenco de “primeira classe”. Fonteyn (juventude?) e Nureyev. MacMillan ficou sem palavras tendo que aceitar o que muitos consideraram um «grande êrro». Frederick Ashton nao ajudou-o. Teria ele mêdo do seu novo rival, David Webster, que tomou esta decisão? Margot estava precisando de um novo Ballet para sua tournée pela América, disseram. MacMillan nunca deixou de dizer que este « veículo » não era apropriado nem para Fonteyn, nem para Nureyev. Para os corações quebrados de Lynn e Christopher Gable foi adicionado o fato que eles pessoalmente, por falta de tempo, teriam que ensinar “seus” papéis para o novo elenco de primeira classe. Ninguém parecia porém importar-se com os sentimentos, a desilusão, a tristeza dos dois. Os únicos, além de MacMillan, foram Fonteyn e Nureyev. Sim. E este é o “pointe” desta postagem que só virá no último parágrafo dela.


Testemunhas oculares falam de como uma coreografia, criada para as linhas interessantes (porém nada clássicas) de Seymour não entrava na “perspectiva” extremamente simétrica de Fonteyn. Mas este foi o menor problema. A interpretação romantica de Fonteyn tranformou-se numa interpretacao histrionica, fora de lugar, tirando todo o realismo da Julieta não romantica de Lynn e como criada por MacMillan – uma mulher decidida. Não deixemos-nos influenciar pelos preconceitos associados com Julieta... A Julieta de MacMillan simplesmente não era originalmente assim (será que a decidida menina de 14 anos de Shakespeare foi?), ela não foi concebida por ele desta forma… ela não era Sarah Bernhardt, nem uma vítima… e isto deve ser duro para um coreógrafo… ver uma mulher que era o centro da trama e do drama do seu Ballet transformar-se numa (outra) vulnerável do mundo do Ballet... Mais uma. Encaro a "leitura" de MacMillan de Julieta como uma coisa muito sábia, de muito "insight", profundidade. Muito inovativa.
Certos momentos do Ballet foram criados para ser absolutamente “revoltantes”, fortes, horrendos e não “bonitos”, “líricos”… por exemplo, como contado, as reações físicas de Julieta/Seymour depois de ter tomado o veneno. Movimento, posições indescritíveis no dicionário do Ballet para um cadáver que, caíndo e sem forças, ainda não morreu. Feia. Cheia de dor. Real. Fonteyn, como descrito pela própria Lynn não queria prescindir de sua dança e elegancia e foi ajustando os movimentos, assim como já tinha ajustado a tensão sexual, originalmente na coreografia, à sua forma completamente assexuada de ser no palco. Esta sua atitude, mudando a “intenção” da coreografia foi considerada uma grande “sabotagem”. Até por ela mesmo, pelo que parece.
Fala-se que as vezes o público saía das apresentações com grandes dúvidas, se a relação entre Margot/Julieta e Rudolf/Romeu havia sido consumada ou não… Um insulto à uma obra de um coreógrafo.
“Nós tentamos colocar a visão de MacMillan no palco. Margot e Rudolf só trouxeram um “velho conceito, uma velha idéia” à uma nova produção”, disse Lynn.Sendo muito sincero, Margot não tinha muito em comum com a heroína de MacMillan… e se baseou no seu “modêlo”, Galina Ulanova… Dizem que de Ulanova ela aprendeu a arte da longevidade… em transformar-se numa menina de quatorze anos no palco, mesmo sem maquiagem ou figurinos. Eu não concordo, pois sempre achei muitas vezes as “carinhas doces” de Fonteyn muito distantes de sua verdadeira idade, muito irritantes. E às vezes muito ridículas em certos papéis. Mas muitas vezes ela me emocionou muito. Acho que Fonteyn, por falta de uma boa, exata direçao desaprendeu “where to draw the line”. O “ser boa ou não” (em termos de performance) virou quase um jogo com a sorte, com a casualidade de um momento, de uma boa direcao…


Acontecimentos similares sucederam paralelamente também entre Nureyev e Gable. O segundo «abasbacado» de como Rudolf transformava passagens puras e simples em «fogos de artifício de Ano-Novo» com toda uma bravura russa que nunca foi o estilo de MacMillan (por saber que Romeu aqui “não tocava a primeira corneta”? E sim Julieta? Mas "a" Julieta de MacMillan já deixara de existir... )Ele mudou os figurinos, transformando seu Romeu numa estrêla… mas não numa atual para a época… Anos-luz daquele que deveria ter sido uma figura de identificação para a juventude de Kings’s Road, como aquele que tinha o corte-de-cabelo de um "Rolling Stone"… O já falecido Christopher deixou o mundo do Ballet completamente em 1966, triste e desiludido. Trabalhou muito como ator mas... Oh, tudo que nós perdemos… Que triste perder um Ballet assim, um daqueles que só aparecem poucas vezes por década. Quando aparecem.

Em sua biografia sobre Margot, Meredith Daneman, conta como este episódio, esta “sabotagem” ficou gravada na consciência da Ballerina: Anos depois, num jantar privado ouviram-a pedindo desculpas à Lynn pelo que havia sucedido. Lynn com sua costumal “Largesse” estava fazendo de conta que não havia nada para desculpá-la. E de certa forma ela tinha razão. Ela de certa forma sabia... Num almoço em 1965 com o empresário Sol Hurok em New York, testemunhas contaram à Lynn, que Margot disse que sim, óbviamente queria fazer um novo Ballet, mas não este, queria ter “seu tempo”. Ela nao queria ser a Julieta de MacMillan. Mas ela tinha um contrato... e na realidade o Ballet nao teve o "elenco de primeira classe" por causa dela, sim pelo valor magnético de bilheteria de Nureyev.


Provavelmente atrás dos bastidores foi Margot Fonteyn a melhor advogada que Lynn poderia ter tido. Ela fez tudo o que podia para lutar contra este “veredito”. Ela queria que Lynn, uma ballerina que ela adorava, dançasse “sua” Julieta (o que fez depois com Christopher, para grandes críticas… Mas não na Premiére… O Ballet nunca pertenceu-os… ) mas Margot, a quem muito respeito, não ganhou o caso.

Agora eu pergunto: Nobreza de caráter. Grandeza de espírito. Generosidade. Matérias muito raras quando um trata com a própria vaidade, carreira e com o próprio ego! “Chapeau” Margot… Voce nunca ficará “fora de moda” como modelos ultrapassados que nao compreenderam elas mesmas! Para mim realmente foi esta a reconfirmação que voce foi uma grande Dama. Que exemplo… Obrigado.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Marga, a rua, a voz e Villa-Lobos...

Visitem este Blog...

http://marga-fuentes.blogspot.com

http://marga-fuentes.blogspot.com/2009/03/nesta-rua-heitor-villa-lobos.html

Voces tem que copiar mesmo pois eu nao consegui inserí-lo aqui como um link... nao sei porque... Ou cliquem na minha décima-oitava seguidora, Marga Fuentes. É ela!

Nao iram se arrepender de ouvir uma linda voz cheia de "alma". Sim esta é descricao correta de Marga. Ah, que bom todas esta vida cheia de sentimentos e emocoes que temos aqui...
Marga, mais uma vez, meus parabéns!!!!!!
Beijo
Ricardo

terça-feira, 3 de março de 2009

Birgit Nilsson - Isolde _Liebestod

... e eu estava buscando-a... vide as postagens abaixo... falei dela... estas sao realmente as últimas notas de Isolde interpretadas de forma mais genial...

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Isolde - Liebestod

Mais uma vez, como disse abaixo: "Unbewusst, höchste Lust!". Que coisa.

Pensem nas quatro, cinco últimas notas de Isolde (a coitadinha "só" cantou quase seis horas... ) e ela tem que deixar toda uma sensibilidade no ar... como um sussurro... leveza, voo, nuvens e vento... e isto depois de ter cantado, como digo eu de Wagner, uma "Operacao inteira"...

Brincadeiras à parte... as 4 ou 5 últimas notas de Isolde sempre serao um desafio para qualquer cantora lírica... Alguém se lembra de Birgit Nilsson e da forma absurdamente linda como cantou estas notas? Eu até hoje nao acredito que nao foi um truque no disco :-))

Para Erich, Cristina, Adélia e Maurette !!!!!! Meus queridos!!!! Com meu amor!!!!!

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Marjorie Lawrence - Liebestod

Marjorie Lawrence , soprano(February 17, 1909 - January 14, 1979) was an Australian soprano, particularly noted as an interpreter of Richard Wagner's operas. Lawrence was born in Deans Marsh south...

Lawrence adoeceu gravemente com Poliomielite... e conseguiu retornar aos palcos...
Aqui, ela interpretada por Eleanor Parker, em "Interrupted Melody" (MGM, 1955) com a fantástica voz de Eilleen Farrel, do Met...

As tres últimas - e tao significativas - palavras de Isolde em "Liebestod"... "Unbewusst, höchste Lust!" (Inconscientemente, o maior prazer...). Que coisa maravilhosa... Mais sobre Isolde, Marjorie e Eleanor outro dia!

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Suely Mesquita - um reencontro!

Sem palavras... pois eu mesmo nao as encontro para me expressar sobre esta linda pessoa, que eu nao vejo desde as épocas do científico, dos estudos na casa dela em Santa Tereza com lanches gostosos, dos comentários cheios de carinho e amor de Flavinha Clark sobre ela... Naquelas épocas da Raimundo Correia com o poster da Barbra Streisand de "cabeca para baixo" (pois eu estava "de mal" com Barbra... Meu Deus...).

Suely, bom te reencontrar assim... tao bonita, tao grande... Amei "Rita de Cássia"... quanto sentimento, amor, amizade...

A grandeza está aqui neste texto que eu tomei a liberdade de copiar de sua Home Page:

http://www.suelymesquita.com.br

Suely, a filósofa, poeta, a rica que já dava "toda esta bandeira" na adolescencia... nos bancos de escola do "Princesa Isabel" na rua das Palmeiras em Botafogo... Bons tempos...

"Uns choram, outros fazem piada, outros observam em silêncio.
Mas a decisão é minha, eu sei.

Num momento indeterminado, que sempre me pega de surpresa por ser igual aos outros, eu finalmente pulo e começo a jornada pelos ares. Agora ninguém fica indiferente e todos querem ver. Eu vôo sobre os "ooooooooohs" admirados da multidão. Nesse momento eles me amam. Até os que não me conhecem ou desejam que eu caia, todos me amam, com um amor que não é pra mim e que eu aceito e deixo passar, leve e livre.

Às vezes eu caio. É por isso que vão me ver, quando vou me atirar. Porque às vezes eu caio e, mesmo que não caia, sempre existe o perigo de cair. Levei muito tempo para aprender a cair e ainda não sei bem. Sei mais sobre voar. Cair dói e às vezes eu morro. A cada vez que morro, pra renascer é um custo. Houve um tempo em que achei que não saberia renascer. Agora, depois de tantas vezes, sinto que um dia não terei forças para renascer mais uma vez e não sei se já chegou a hora.

Mas sei que é assim mesmo. Um dia não terei forças para renascer mais uma vez e isso acontecerá sem ruído, num momento igual aos outros. Morrer não é defeito.

É também por isso que, toda vez que eu vou me atirar, junta gente pra ver"




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segunda-feira, 2 de março de 2009

A Farsa, 1980



Mais um presente da tal "caixinha" que encontrei no ano passado... Deborah Frichman e eu, juntos no Teatro Theresa Raquel em 1980... Tínhamos com este trabalho dancado em agosto no festival de danca contemporanea da Bahia, no infinito palco do Teatro Castro Alves. Aí o Rio de Janeiro no Thereza Raquel depois de ter-mos feito uma temporadinha no Cacilda Becker... Boas lembrancas! Este foi meu canto do cisne dos palcos brasileiros... Depois só umas aparicoes no Parque Laje e na TV Educativa com minha "amada" Partner... Deborah - a "Debinha" - Colker... Más lembrancas...



Que ousados fomos... Brecht & Weil, Hugo Wolf (Verschwiegene Liebe), Chopin (A marcha fúnebre!) e que jovens...

"Todo cambia" - Mercedes Sosa.... que coisa mais rica... que texto!!!!!

Que maravilha este texto, esta cancao ter reentrado na minha vida...
depois de mais de vinte anos de ausencia... sim, foi em Tenerife em 1983..

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Vivien, Old Vic, camélias, Adélia e Rio de Janeiro...

Aqui uma foto raríssima que queria dividir com voces...

Vivien Leigh numa Tournée com o "Old Vic" entre os dias 11 e 16 de Maio de 1962 no palco do Theatro Municipal no Rio de Janeiro como Marguerite Gautier, "La Dame aux Camelias". O Rio de Janeiro foi a última cidade a ser visitada nesta Tournée pela América Latina do "Old Vic". Que bons tempos...



Dedico esta postagem com todo meu carinho à querida amiga Adélia Reid - que pessoalmente jogou camélias no palco para Viv! Que maravilha, que momento !!!!!

Cliquem na foto para verem a lindíssima e nao mais tao jovem Vivien, 22 anos depois de Myra de "Waterloo Bridge", 23 depois de Scarlett, 24 depois de "Fire over England" mas ainda muito mais linda do que antes, com toda a riqueza de milhares de emocoes escrita no seu rosto...
Que atriz!

(Pensando no fato que "maltratou" Viv toda sua vida, sua doenca incurável - ela era maníaca depressiva - já estou resolvendo escrever mais sobre esta incrível atriz...)

Adélia, voce nao foi ao camarim???? Conte-nos esta estória...